quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Os 16 mandamentos YOURUBAS ,por Osvaldo Shango


Os 16 Mandamentos que a seguir irão estudar são os conceitos básicos em que se apoia a moral e a ética de nossas práticas. Todo o Sacerdote e crente ou praticante, que se considera responsável e maduro estão no dever de cumprir na totalidade todos as normas que foram estabelecidas por Olofi, nos inícios, para os praticantes da fé yoruba.

Vos peço, que considerem e meditem com a mais absoluta seriedade e disciplina no seguinte escrito. Todo o que se esteja ligado a estes 16 CÓDIGOS OU CONCEITOS não se inclui no sagrado mundo místico de nossas práticas, por então, quem os incumpra se exclui a si mesmo da energia protectora destinada para os crentes e iniciados.
Cada qual e responsável da sua vida e os resultados que recebe são de seus próprios actos.

Como não somos perfeitos, sugerimos que você deva inclinar a continuar infatigavelmente lutando por superar nossas debilidades e misérias, para que o crescimento conseguido de esta luta nos ajude a encontrar soluções, que, as vezes, ano chegam com a prontitude como desejamos. A resposta está em nos próprios. Não deites a culpa aos demais, nem apontes com o dedo aos outros comprometendo como culpáveis de teus próprios erros.
A solução sempre estará em cada individualidade.

Nunca a deves procurar exteriormente, nem penses que a vida a tua volta e responsável de tuas caídas. No início do tempo Oloddumare prometeu uma vida longa aos crentes e praticantes da fé yoruba.
Para isso estabeleceu, como promessa para os que dele se acercavam, mas estabeleceu suas regras para que seu compromisso fora um feito invariável. Os 16 Maiores (Sacerdotes Yorubas) andavam por Ilé Ifé, pedindo uma vida longa na terra: “ viveremos uma vida tão longa como nos prometeu Oloddumare?.

O oráculo sagrado contestou: Para viver uma vida em harmonia, paz e com saúde, deverão cumprir os 16 Mandamentos Yorubas:

1 - Não digas o que não sabes, nem informes o que desconheces.
2 - Não faças rituais nem cerimonias dos que não tenhas o conhecimento básico.
3 - Não desorientes e nem leves por falsos caminhos as pessoas que se aproximam em busca de ajuda.
4 - Não se deve enganar a nenhuma pessoa. Não mintas nem prejudiques a integridade de teu semelhante.
5 - Não pretendas ser sábio quando ainda não sejas. Disciplina teu crescimento pessoal.
6 - Deves ser humilde, libertar-te do egocentrismo e evitar o protagonismo.
7 - Não tenhas mas intenções nem tornes falso com os demais.
8 - Não rompas as proibições que te tenham ensinado nas regras de teu Itá. Não fales os segredos da cerimónia reservados unicamente para os iniciados.
9 - Os instrumentos sagrados devem manter-se limpos. Não deves tocar-los quando tenhas feito sexo ou tens algum pensamento indigno de um crente.
10 - Deves manter a tua Casa Templo limpa e exemplar. Dá o teu exemplo.
11 - Deves respeitar sempre os que são mais débeis e tratá-los bem e com muito respeito.
12 - De veras respeitar e tratar muito bem aos nossos maiores e anciões.
13 - Respeita as leis morais. Não cometas infidelidade nem adultério. Nao ambiciones a mulher do teu próximo.
14 - Nunca atraiçoes um amigo, nunca atraiçoes a quem te tenha esticado a mão ou que tenha sido bom contigo no passado e sempre.
15 - Não fales mais que o devido, evita os falatórios nem reveles os segredos ditos por alguém.
16 - Respeita integralmente aos que tem cargos importantes. Mesmo o respeito mútuo deverá conservar-se.

Mas quando os Maiores (Ogboni) chegaram a terra começaram a fazer todo ao contrário e então começaram a morrer uns atrás dos outros. Gritaram e acusaram a Orula de assassinato.
Orula respondeu-lhes com firmeza: "No sou eu quem vos está matando. Os Maiores estavam morrendo porque não cumpriram com os 16 Mandamentos Yoruba. A habilidade de comportar-se com honra e obedecer aos Mandamentos e responsabilidade de todos.

O anterior escrito foi considerado a partir de um Informativo Geral da Sociedade Yorubá em Cuba.


(partes de texto copiados de Osvaldo Shango )

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Os Orishas não castigam , Por osvaldo shango(Obba nike).( traduzido por gandalphh)



E imprecionante observar quantas pessoas hoje em dia acreditam esta fabula centenaria de que os orishas castigam.Alguns inteligentemente manipualam em conceito para atingir os seus propositos mais obsuscuros .Mas na realidade a verdade é outra completamente diferente. Os orishas na verdade são energias inteligentes que estão mais ao nivel mental ,tambem este fenomeno é uma herança que temos do fogo eterno do inferno e nos Deus castigador .

Claro que é mais façil para as nossas mentes acreditar-mos em (um Ser Divino) que cuida de nós a niveis de nos castigar, como se fosse-mos crianças quando cometemos uma falha ,que consciencializar que nós mesmos depende todo bem e todo mal que possamos receber ne vida.

Somos afinal energias ,e finalmente parte importante da criação no qual nos põe no papel importante de pensar em que temos igualmente o poder de transformar nosso retorno dependendo sempre de melhores posturas e atitudes perante as situações perante os nossos semelhantes

.Exemplo:(Se te dou uma roseira e tratares bem dela, ela te dará lindas rosas se não tratares bem dela ela murchará e não te dará nada coisa nenhuma. ) bom com as entidades Divinas é da mesma forma.

Por olofi sejamos sinceros com nós mesmos...

Podemos acreditar num Deus castigador e ao mesmo tempo num Deus benevelente? Se é assim vejo que se está seguindo e arrastando muito um sincretismo na cultura afrocubana.

Não é possível acreditar em uma Divindade inteligente e mesicordiosa e ao mesmo tempo que possa ser castigadora e vingativa...
não é possívele nego-me a aceita-lo.Estariamos acreditando em espiritualidades neuroticas e voluntariosas ...E na minha maneira de estar não consigo pensar em tal ideia; seria uma amostra de tal conflito de interesses que só se dá entre seres humanos ,não entre energias inteligentes e sabias e divinas e que lhes deram a maravilhosa missão de guiar orientar os nossos passos.


Se realmente se ama autenticamente alguem por que razão deveremos teme-lo?Verdade que acho que esta forma de pensar é realmente incoerente,com este tipo de pensamento actual da nossa raça!!?



Se a sra , ou o sr , que está ler este artigo,eu sugiro que faça uma reflexão e depois uma conclusão...!

Deus é amoroso ,e tem a total sabedoria compaixão e compreensão e tambem temos de entender que as nossas divindades mandatarias de Deus criadas por ele tambem o são se não não seriam elas nossas regedoras e responsaveis por nós.Como tal pra mim é insustentavel manter um criterio de avaliar as divindades de outra forma contraria a esta...Na verdade é mais façil para as nossas mentes acreditar-mos que esse "" ALGUEM"" cuida de nós a niveis supremos ao ponto de chegar a castigar-nos como se fossemos crianças,quando comete-mos uma falha ou um erro; mas é claro tudo depende de todo bem e de todo mal que possamos dar para depois vir a receber na vida afinal somos energias ...E finalmente parte importante da criação ao qual estamos num papel importante ,de podermos pensar que temos igualmente o poder de transformar nosso retorno com melhores posturas e melhores dadivas mediante as nossas atitudes e decisões perante os outros e a vida. Somos energias ...E como tal fazemos parte importante da criação ,ao qual temos um papel importante de pensar que temos igualmente o poder de transformar o nosso retorno com melhores posturas e melhores ideias.

Deixando toda a responsabilidade ao criador e hás divindades evidentemente nada nos pode fazer querer que temos a maior responsabilidade pois com isso justificamos infantilmente que como somos humanos e estamos bem propensos a equivocarmo-nos e se nos equivocarmo-nos ""alguem""nos falará nas orelhas para fazer-nos entender o que está certo e errado.


Não é possivel que aceite-mos que culpa está em mim para viver o que estou a viver neste momento?? nãaaaao é impossivel que alguem ""sensato""" pense deste modo.De que somos ""Perfeitos"" quem nos disse que somos os maiores?


Inegavelmente ainda não chegamos a esta perfeição que nos faça ter a certeza do control dos nossos actos pois muito menos chegarmos a julgar crendo que dependemos da decisão de uma espiritualidade para saber se vamos ou não bem ...E se algo de mal se passa ,pois é melhor dizer:exemplo ( que mau shango castigou-me porque eu não disse tal coisa e pior eu tenho má sorte ...Os """Orishas não me escutam """
Não mas ,não chango não castigou nem perde o seu tempo a castigar; nada sobre este contexto está completamente equivocado (a) .Ele está a ver-nos com outros olhos que nós não sabemos interpretar no nosso conceito mental e terrenal porque estamos limitados...Nós mesmos é que acabamos por nos castigar a nós mesmos violentando certos parametros que mantêm o equilibrio do nosso universo tanto pessoal como em geral;transgredimos ""algo""nas nossas normas que mantem esse equilibrio a nossa volta para que tal esteja acontecer e a suceder tanta negatividade.
É mais façil pensar ""se isto vai como vai pois a culpa tem de ser de alguem menos minha..."""É mais comodo pensar,assim...
E quando não temos a quem deixar a culpa pois em seguida pensamos claro que pode ter sido Castigo dos Orishas por algo que nos mandou fazer e nós caímos em incumprimento...Quando shango desata e começa a fazer travessuras de poderemos considerar assim para interromper o caminho por onde nós queremos que as coisas saem como n+os queremos ;alguns de nós começam logo a pensar ...mas porquê que shango haveria de fazer travessuras que nos criam conflitos???
Mas na minha visão é impossivel acreditarmos numa divindade (shango) louco e neurotico !! ???CERTO??? ;Shango chega a este nível porque algo que já tenhamos feito e transgredido,consecutivamente e shango como energia inteligente chega a este nível porque está denro desse retorno inatingivel e sendo ele divindade desloca-se em contacto harmonioso actuando desta forma para nos fazer reflectir, para fazer-nos pensar com mais seriedade e descernimento em certos pontos de vista em certa altura da nossa vida;que começamos a descuidarmo-nos na nossa forma de viver diariamente.
(partes de texto copiados de Osvaldo Shango )

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Palo-Monte,



















HISTORIA DA RELIGIÃO PALO:







O palo monte é oriunda dos povos bantus ,chamados (Congos)estes procedem de parte sudeste de Àfrica ,uma das regiões mais extensas do continente africano.Esta regra foi o resultado ,da transculturação dos credus bantus ,em ela existiram distintos grupos etnicos .Em 1700,sairam escravizados varios grupos de tribos ,para o comerçio de escravos,de tribos nganga e chegarama cuba com lucumi,com o Abakua,com o Arara,com Palo Monte,mayonbe briyumbaa malongo e kimbiza.










RESUMO:





Como resultado de varios cruzamentos e misturas ,poucas casas de palo hoje em sua existençia podem transmitir os seus ensinamentos aos interessados iniciados e dar-lhe o ensinamento completo.Tambem esta religião como normalmente funciona nas religiões africanas os ansinamentos(teoria,partica ) são passados de mestre para iniciado.




O QUE È PALO??




Palo monte mayombe kimbisa ,palo, regras de congo .Palo mayombe ,usualmente referida ou chamada simplesmente como Palo. é uma das religiões africanas que emigrou e se expandiu em Cuba .Como a Santeria e o Candomblé , tem uma mistura crenças de espiritistas com com dogmas da sua religião. "Palo" simplesmente significa arvores .A religião de Palo se descende de crenças africanas ancestrais em que o planeta é habitado por espiritos e o nome se assim refere-se as arvores sagradas em os quais os espiritos habitam.O numero de crentes e praticantes desta religião é desconhecido.A religião palo pratica-se mundialmente mas principalmente em Cuba onde esta religião tem muitos praticantes...Todos os (santeros; em Cuba que sejam digno s de receber os ensinamentos e a doutrinaacabam por aprender esta religião.)






Alguns requesitos para serem paleros:






Todo o ser humano que quiser entrar nesta religião tem e passar a aprovação dos espiritos .Em consulta o palero (TATA) irá perguntar ao seu espirito(protector) se a pessoa é suficientemente forte espiritualmente é digna de poder entrar nesta religião ,e então quem dá a aprovação são os espiritos.(SIM ou NÂO)



Nesta religião não se pode ser homosexual (pois a religião assim o proíbe).



Na religião como em todas as religiões em redor há uma hierarquia de espiritos ,chamados pelos seguintes nomes:KIMPUMGULO,MPUNGOS ;KIKITA;NKISI.espiritos elementares que habitam da natureza nas arvores ,agua,etc.






Conduta etica de palo



O sistema etico de Palo é unico Acredita-se que haja duas forças do universo ,e que os desiquilibrios dão lugar a desgraças ,injustiças .Os praticantes desta religião acreditam que com ajuda dos espiritos conseguem ajustar estas forças naturais em seu interesse,muitas vezes por amor,ou dinheiro para a sabedoria ou curar ou até vingar-se dos innimigos .

P.sRespeito todas as ideias, e ideais ,e dogmas, mesmo que por vezes não coincidam com a informação que adequiri:




terça-feira, 28 de abril de 2009

Umbanda

No final de 1908, Zélio Fernandino de Moraes, um jovem rapaz com 17 anos de idade, que preparava-se para ingressar na carreira militar na Marinha, começou a sofrer estranhos "ataques". Sua família, conhecida e tradicional na cidade de Neves, estado do Rio de Janeiro, foi pega de surpresa pelos acontecimentos.
Esses "ataques" do rapaz, eram caracterizados por posturas de um velho, falando coisas sem sentido e desconexas, como se fosse outra pessoa que havia vivido em outra época. Muitas vezes assumia uma forma que parecia a de um felino lépido e desembaraçado que mostrava conhecer muitas coisas da natureza.
Após examiná-lo durante vários dias, o médico da família recomendou que seria melhor encaminhá-lo a um padre, pois o médico (que era tio do paciente), dizia que a loucura do rapaz não se enquadrava em nada que ele havia conhecido. Acreditava mais, era que o menino estava endemoniado.
Alguém da família sugeriu que "isso era coisa de espiritismo" e que era melhor levá-lo à Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José de Souza. No dia 15 de novembro, o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão, tomando um lugar à mesa.
Tomado por uma força estranha e alheia a sua vontade, e contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, Zélio levantou-se e disse: "Aqui está faltando uma flor". Saiu da sala indo ao jardim e voltando após com uma flor, que colocou no centro da mesa. Essa atitude causou um enorme tumulto entre os presentes. Restabelecidos os trabalhos, manifestaram-se nos médiuns kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios.
O diretor dos trabalhos achou tudo aquilo um absurdo e advertiu-os com aspereza, citando o "seu atraso espiritual" e convidando-os a se retirarem.
Após esse incidente, novamente uma força estranha tomou o jovem Zélio e através dele falou: _"Porque repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Será por causa de suas origens sociais e da cor ?"
Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pela sessão procuravam doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação segura.
Um médium vidente perguntou: _"Por quê o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? Por quê fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome irmão?
_"Se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim, não haverá caminhos fechados."
_"O que você vê em mim, são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como caboclo brasileiro."
Anunciou também o tipo de missão que trazia do Astral:
_"Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.”
O vidente retrucou: _"Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto" ? perguntou com ironia. E o espírito já identificado disse:
_"Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei".
Para finalizar o caboclo completou:
_"Deus, em sua infinita Bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal, rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornariam iguais na morte, mas vocês, homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Porque não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas socialmente importantes na Terra, também trazem importantes mensagens do além?"
No dia seguinte, na casa da família Moraes, na rua Floriano Peixoto, número 30, ao se aproximar a hora marcada, 20:00 h, lá já estavam reunidos os membros da Federação Espírita para comprovarem a veracidade do que fora declarado na véspera; estavam os parentes mais próximos, amigos, vizinhos e, do lado de fora, uma multidão de desconhecidos.
Às 20:00 h, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que naquele momento se iniciava um novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa terra, poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.
A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica principal deste culto, que teria por base o Evangelho de Jesus.
O Caboclo estabeleceu as normas em que se processaria o culto. Sessões, assim seriam chamados os períodos de trabalho espiritual, diárias, das 20:00 às 22:00 h; os participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito. Deu, também, o nome do Movimento Religioso que se iniciava: UMBANDA – Manifestação do Espírito para a Caridade.
A Casa de trabalhos espirituais que ora se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como Maria acolheu o filho nos braços, também seriam acolhidos como filhos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto.
Ditadas as bases do culto, após responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes ali presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou a parte prática dos trabalhos.
O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas.
Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:
"_ Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá."
Após insistência dos presentes fala:
"_Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nego."
Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:
"_Minha caximba. Nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque busca."
Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de "Guia de Pai Antonio".
No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na rua Floriano Peixoto. Enfermos, cegos etc. vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de Jesus. Médiuns, cuja manifestação mediúnica fora considerada loucura, deixaram os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais.
A partir daí, o Caboclo das Sete Encruzilhadas começou a trabalhar incessantemente para o esclarecimento, difusão e sedimentação da religião de Umbanda. Além de Pai Antônio, tinha como auxiliar o Caboclo orixá Malé, entidade com grande experiência no desmanche de trabalhos de baixa magia.
Em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu ordens do Astral Superior para fundar sete tendas para a propagação da Umbanda. As agremiações ganharam os seguintes nomes: Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia; Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição; Tenda Espírita Santa Bárbara; Tenda Espírita São Pedro; Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita São Jorge; e Tenda Espírita São Gerônimo. Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das mencionadas.
Embora não seguindo a carreira militar para a qual se preparava, pois sua missão mediúnica não o permitiu, Zélio Fernandino de Moraes nunca fez da religião sua profissão. Trabalhava para o sustento de sua família e diversas vezes contribuiu financeiramente para manter os templos que o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.Ministros, industriais, e militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para a cura de parentes enfermos e os vendo recuperados, procuravam retribuir o benefício através de presentes, ou preenchendo cheques vultosos. "_Não os aceite. Devolva-os!", ordenava sempre o Caboclo.
A respeito do uso do termo espírita e de nomes de santos católicos nas tendas fundadas, o mesmo teve como causa o fato de naquela época não se poder registrar o nome Umbanda, e quanto aos nomes de santos, era uma maneira de estabelecer um ponto de referência para fiéis da religião católica que procuravam os préstimos da Umbanda. O ritual estabelecido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas era bem simples, com cânticos baixos e harmoniosos, vestimenta branca, proibição de sacrifícios de animais. Dispensou os atabaques e as palmas. Capacetes, espadas, cocares, vestimentas de cor, rendas e lamês não seriam aceitos. As guias usadas são apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os amacis, a concentração nos ambientes vibratórios da natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituiriam os principais elementos de preparação do médium.
O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou qualquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.
Após 55 anos de atividades à frente da Tenda Nossa Senhora da Piedade (1º templo de Umbanda), Zélio entregou a direção dos trabalhos as suas filhas Zélia e Zilméa, continuando, ao lado de sua esposa Isabel, médium do Caboclo Roxo, a trabalhar na Cabana de Pai Antônio, em Boca do Mato, distrito de Cachoeiras de Macacu – RJ, dedicando a maior parte das horas de seu dia ao atendimento de portadores de enfermidades psíquicas e de todos os que o procuravam.
Em 1971, a senhora Lilia Ribeiro, diretora da TULEF (Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade – RJ) gravou uma mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas, e que bem espelha a humildade e o alto grau de evolução desta entidade de muita luz. Ei-la:
"A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. O perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem. É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao pai de terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de terreiro. É preciso haver muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa. Umbanda é humildade, amor e caridade – esta a nossa bandeira. Neste momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô. Eu, porém, sou da falange de Oxossi, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão. Meus irmãos: sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de Umbanda. Meus irmãos: meu aparelho já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o ajudei a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda. A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que saíram desta Casa. Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humildade de uma manjedoura, não foi por acaso. Assim o Pai determinou. Podia ter procurado a casa de um potentado da época, mas foi escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria traçar à humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade. Que o nascimento de Jesus, a humildade que Ele baixou à Terra, sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento ou práticas; que Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares. Fechai os olhos para a casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar. É dos Evangelhos. Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados, e a saúde para sempre em vossa matéria. Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas".

P.S Respeito todas os ideais, e ideias mesmo que por vezes esses mesmos ideais ou dogmas não coincidam com a informação que eu a aprendi e adquiri...


Texto retirado do blog T.U caminho de fé.

candomblé
































Candomblé









O Candomblé é um segmento religioso que pratica as tradições, ritos e crenças africanas, trazidos pelos antepassados, cujos rituais tem origens nas culturas Jêje, Ketu, Angola, entre outras nações que fazem parte das religiões afro-brasileiras.
A cultura religiosa africana foi desenvolvida no Brasil através do conhecimento de sacerdotes negros, que com parte de seu povo, foram capturados e escravizados, juntamente com seus Orixás, entre 1532 e 1888.
Com o "fim" da escravatura em 1888, o candomblé se expandiu consideravelmente, e prosperou muito desde então. Hoje, cerca de 3 milhões no brasil declaram ser seguidores das religiões afro, mas acredito que o número seja bem maior, visto que, conforme o local e ocasião os seguidores dizem ser católicos, com medo da discriminação; (os católicos, de acordo com o censo somam 75%, enquanto os que praticam as religiões afro-brasileiras aparecem com 1,5% da população brasileira).
Os negros escravos pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os Yorubá (Nagôs), os Ewe, os Fon, e os Bantos, que contribuíram não só com seus rituais religiosos, mas, também com a música, dança, alimentação, língua e outras manifestações culturais como o samba, capoeira, em fim a contribuição cultural negra é inestimável. O negro escravizado ao invés de se isolar, aprendeu a conviver entre grupos étnicos diferentes. A religião africana ao chegar no Brasil sofreu uma transformação imposta pela nova fronteira e pela nova sociedade em transformação. O homem africano foi proibido de praticar seus ritos, no entanto nossos Orixás mais importantes chegaram até hoje com a proteção do sincretismo católico, contudo, o negro conseguiu preservar as crenças étnicas principalmente os ritos de iniciação, os cânticos em linguagens africanas, o culto aos antepassados entre outras tradições. Através do tempo os vários cultos foram se transformando até assumirem uma postura mais ou menos fiel a sua origem.
Os Orixás da Mitologia Yorubá, foram criados por um Deus supremo chamado Olorum (Olóòrun) ou Olodumare (Olódùmarè); já os Voduns da Mitologia Fon ou Mitologia Ewe, foram criados por Mawu e Lisa; e os Nkisis (inquices) da Mitologia Banto, foram criados por Zambi, Deus supremo e criador.

Candomblé de Angola
Religião afro-brasileira, de origem banto, que compreende as nações de Angola e Congo (Cassanges, Kikongos, Kimbundo, Umbundo e Kiocos), e se desenvolveu entre os escravos africanos que falavam a linguagem Kimbundo e Kikongo e são facilmente reconhecidos pela maneira diferente de cantar, dançar e percutir seus tambores.
Na hierarquia de Angola o cargo de maior importância é para homem Tata Nkisi (tata de inquinces) e para mulher Mametu Nkisi (Mametu de inquices), que correspondem ao Babalorixá e a Yalorixá dos Yorubás, e o Deus supremo é Zambi (Nzambi) ou Zambiapongo (Ndala Karitanga).
O Candomblé de Caboclo é uma modalidade desta nação, e cultua os antepassados indígenas. Há uma nação que faz parte do Batuque do Rio Grande do Sul que descende de Angola, que é a Cabinda.
Os rituais da nação Angola começam com o Massangá, que é o batismo na cabeça do iniciado, feito com água doce e Obi; Bori com sacrifício de animais para o uso do sangue (menga); ritual de raspagem, conhecido como feitura de santo; ritual de obrigação de 1 ano; ritual de obrigação de 3 anos, onde muda o grau de iniciação; ritual de obrigação de 5 anos, com o uso de frutas, obrigação de 7 anos, quando o iniciado recebe seu cargo, é elevado ao grau de Tata Nkisi (zelador) ou Mametu Nkisi (zeladora). Após 7 anos de obrigações, será renovado a cada ano com o rito de Obi ou Bori, conforme o caso, e de 7 em 7 anos se repete as obrigações para conservar o individuo forte, se transformando em Kukala Ni Nguzu, que quer dizer um ser forte. Além dos búzios, outro sistema antigo de consulta é o Ngombo, no qual o adivinhador recebe o nome de Kambuna.
Os principais Nkisi são: Aluvaiá (também conhecido como: Nkuyu Nfinda, Tata Nfinda, Tona e Cubango), Bombo Njila(Bombojira), Vangira(feminino), Pambu Njila, Pambuguera; Nkisi Nkosi Mukumbe, Roxi Mukumbe, Burê; Nkisi Kabila, Mutalambô, Gongobila, Lambaranguange; Nkise Katendê; Nkisi Zaze (Nsasi, Mukiamamuilo, Kibuco, Kiassubangango) Loango; Nkisi Kaviungo ou Kavungo, Kafungê; Nkise Angorô e Angoroméa; Nkisi Kitembo ou Tempo; Nkisi Tere-Kompenso; Nkisi Matamba, Bamburussenda, Nunvurucemavula; Nikisi Kisimbi, Samba; Nkisi Kaitumbá, Mikaiá; Nkisi Zumbarandá; Nkise Wunge; Nkisi Lembá Dilê, Lembarenganga, jakatamba, Kassuté Lembá, Gangaiobanda; Nkisi Nwunji, Nkisi Kaitumbá, Mikaiá, Kukueto; Nkisi Ndanda Lunda; Nkisi Kaiangu; Kariepembe, Pungu Wanga; Kobayende; Pungu Kasimba; Nkita Kiamasa; Nkita Kuna; Lukankazi, Luganbe, Nzambi Bilongo; Mutalambô, Katalombô, Gunza, Nkuyo Watariamba;
Os cargos e divisão do poder espiritual são:Mam'etu ria Mukixi - Sacerdotisa chefe (Angola)Nengua ia Nkisi - Sacerdotisa chefe (Congo)Tat'etu ria Mukixi - Sacerdote chefe (Angola)Dise ia Nkisi - Sacerdote chefe (Congo)Tata Kivonda - Pai sacrificador de animais (Congo)Kambodu Pokó - Sacrificador de animais (Angola)Muxikiangoma - Tocador de atabaqueNjimbidi - Cantador (Angola)Ntodi - Cantador (Congo)

Candomblé de Ketu
Ketu é o nome de um antigo reino da África, na região agora ocupada pela República Popular do Benin e pela Nigéria. Seu rei tem o nome de alaketu, de onde vem o sobrenome da conhecida ialorixá Olga de Alaketo. Também indica o nome do povo dessa região, que veio como escravo para o Brasil. Em termos de identidade cultural, forma uma subdivisão da cultura iorubana. Em geral, membros de origem ketu são responsáveis por boa parte dos terreiros mais tradicionais da Bahia. É a maior e mais popular nação do Candomblé, e a diferença das outras nações está no idioma utilizado, no caso o Yorubá, no toque dos seus atabaques, nas cores e símbolos dos Orixás, e nas cantigas; Os fundamentos são passados oralmente por sacerdotes de Orixás que são chamados de Babalorixá (masculino) Yalorixá (feminino). Os rituais mais conhecidos são: Padê, Sacrifício, Oferenda, lavar contas, Ossé, Xirê, Olubajé, Águas de Oxalá, Ipeté de Oxum e Axexê. Uma outra grande diferença é em relação ao culto dos Eguns; existe um sacerdote preparado para este ritual especifico chamado Ojé ou Baba Ojé, que faz o uso de um ixãn para dominar os Eguns; conforme informações de um antigo sacerdote de Ketu, chamado Balbino de Xangô, quem lida com Orixás não lida com Eguns; Já no Rio Grande do Sul, sempre, é o próprio Sacerdote de orixá quem faz os rituais de Eguns.
Os cargos principais na nação Ketu são:- Babalorixá ou Yalorixá: autoridades máximas no Candomblé- Iyakekerê: mãe pequena- Babakekerê: pai pequeno- Yalaxé: mulher que cuida dos objetos ritual.- Agibonã: mãe criadeira supervisiona e ajuda na iniciação.- Egbomi: pessoa que já cumpriu sete anos de obrigação.- Iyabassê: mulher responsável pela preparação das comidas de santo.- Iaô: filha de santo (que já incorpora Orixá).- Abian: novato.- Axogun: responsável pelo sacrifício de animais.- Alagbê: responsável pelos atabaques e pelos toques.- Ogan: tocadores de atabaques.- Ajoiê ou Ekedi: camareira de Orixá.
Os Orixás cultuados na nação Ketu são: Exu, Ogum, Oxossi, Logunedé, Xangô, Obaluayê, Oxumaré, Ossaim, Oyá ou Iansã, Oxum, Iemanjá, Nana, Ewa, Oba, Axabó (Orixá feminino da família de Xangô),Oxalá, Ibeji, Irôco, Ifá ou Orunmila.



Candomblé Jêje
Dahomé, o berço da nação Ewe e fon, denominados Jêjes, no Brasil, enumeram-se em diversas tribos como os Agonis, Axantis, Gans, Popós, Crus etc. Os primeiros povos jêjes tiveram como destino São Luis do Maranhão, onde ainda se mantém vivas as tradições religiosas trazidas da terra mãe, África. Também se encontra o ritual jêje em Salvador, Cachoeira de São Félix, Pernambuco entre outros estados do Brasil como Rio Grande do Sul e São Paulo, que também importou os rituais desta nação.
O negro descendente do Dahomé, hoje Benin, trouxe consigo o culto à suas divindades chamadas Voduns, cujo Deus Supremo é Mawu , a quem são subordinados, assim como Olodumaré o Deus Supremo dos Orixás Yorubás. Diz a Mitologia Fon que Mawu tinha um companheiro chamado Lisa, e são filhos de Nana Buruku (ou Nana Buluku), a grande mãe criadora do mundo. Mawu era a Lua, que teve força ao longo da noite e viveu no oeste. Lisa era o Sol, que fez sua morada no Leste. Quando existia um eclipse dizia-se que Mawu e Lisa estavam fazendo amor. Eles eram pais de todos os outros Deuses. E existem quatorze destes deuses, que eram sete pares de gêmeos. Este relato é um mito do primeiro povo do Dahomé, os Fons.
O culto aos Voduns teve ênfase na Bahia, conhecido como Candomblé Jêje, e no Maranhão Tambor de Mina.
Nos terreiros mais influenciados pela mina jêje, o predomínio, em certos grupos, é de mulheres como filhas de santo. Os devotos têm que se submeter a longo processo de iniciação. Os detalhes dos rituais são pouco comentados, não há rituias públicos de iniciação; a cada comunidade, apenas duas ou três pessoas se dedicam ao ritual completo de iniciação. Em geral as Vodunsis dão poucas informações sobre os rituias relacionados com o culto, os segredos são mantidos a sete chaves.
Assim como os Orixás do Batuque, os Voduns incorporados, conversam com a assistência, dando bênçãos, conselhos, deixam recados e mantêm os olhos abertos. È comum no culto jêje fazer provas com os iniciados incorporados com os Voduns, como, por exemplo, mergulhar a mão no azeite de dendê fervendo.
Algumas casas de jêje tiveram influencias dos yorubás e vice-versa, formando o que se chama de cultura Jêje-Nagô. A exemplo do candomblé, as instalações dos terreiros contam com um barracão central para as danças, pequenas casas reservadas para as diferentes famílias de divindades, onde são mantidos os assentamentos. O forte sincretismo prevê, também a instalação de uma pequena capela com altar católico, há uma cozinha, quartos para dormir e se vestir e quarto onde os iniciados ficam recolhidos durante as obrigações. há também a casa de Legba, onde são feitas grandes obrigações.
A iniciação jêje requer um longo período de confinamento, que pode durar de seis meses a um ano de reclusão, onde um Vodunsi aprende as tradições religiosas jêje como: danças, cantigas, preparo das comidas sagradas, cuidar de árvores e espaços sagrados, votos de segredo e obediência. As entidades são assentadas, recebem sacrifícios de animais , comidas, bebidas e outros presentes. Os assentamentos são preparados em pedras, que representam um "imã" que tem a força do Vodun, e ficam guardadas no quarto de segredo recobertos com jarras, louças e ferramentas. Existem, também, assentamentos em outras partes da casa e do quintal marcados por árvores como a cajazeira, ginja e pinhão branco. È comum ter assentamentos no centro do barracão de danças; assim como em outras nações, no culto jêje também são feitos rituais de limpezas, banhos com ervas e muitas preces. Nos rituais antigos o contato com os voduns dependia muito da vidência das Vodunsis, e a adivinhação era feita através da interpretação dos sonhos, consulta com os Voduns e exame da luz de velas, atualmente é comum o uso dos Búzios para consultar as divindades.
As casas de jêje, além do culto aos Voduns, também incorporam em seus rituais alguns orixás nagôs. O panteão jêje é numeroso, sendo os Voduns agrupados em famílias como: Dambirá, Davice, savaluno e Queviossô.
As atividades religiosas requerem um extenso calendário com rituais reservados aos iniciados, e em festas públicas que duram um, três ou sete dias; no final das obrigações todos comem as comidas preparadas com a carne dos animais oferecidos em sacrifício às divindades.
Mawu é o ser supremo dos povos Ewe e Fon, criador do mundo, dos seres vivos e das divindades. Mawu (feminino) e Lissá (masculino) forman a divindade dupla Mawu-Lissá cujos Voduns são filhos e descendentes de ambos. Os principais Voduns são: Loko; Gu; Heviossô; Sakpatá; Dan; Agbê; Águé; Ayizan; Agassu; Legba e Fa.
A casa de jêje chama-se Kwe, e o local destinado ao culto dos Voduns é chamado Hunkpame, que é o templo onde está dentro a divindade; é chefiado por um sacerdote ou sacerdotisa, que são responsáveis pelos ensinamentos aos futuros Vodunsis.
No Rio Grande do Sul, os terreiros que ainda mantém firme a cultura Jêje, nota-se a conservação de certas obrigações, à exemplo, nos assentamentos de Ogum Avagã cujas ferramentas usadas são as mesmas para o assentamento de Gu no Dahomé, e algumas não tem o uso do okutá; e também há nomes de Orixás que usam o mesmo dos Voduns, como por exemplo Dã, cujo Orixá de uma famosa Yalorixá da nação Jêje chamava-se Dã e um outro antigo Babalorixá de Porto Alegre pertencente a esta mesma nação, tinha o assentamento de Sobô; (Sobô é nome de um Vodun do Dahomé). Dos pais e mães de santos atuais, da nação Jêje do Rio Grande do Sul, muitos desconhecem a palavra Vodun; deve-se este fato ao predomínio da nação Ijexá, de origem Yorubá que acabou absorvendo as demais, e o termo Vodun com o tempo deixou de existir; mas é certo que a linguagem usada nos cantos rituais e o uso dos aquidavís para percussão dos tambores, o uso do Gã (instrumento de percussão), entre outros fatos refletem muito os fundamentos do antigo Dahomé.
Há casos em que as tradições culturais africanas resistem, mais que em outros, à mudança, mas em nenhuma instância, nem mesmo nos terreiros mais antigos e ostensivamente zelosos à suas origens, deixou de existir, contudo, se tivesse, no sul um maior interesse em pesquisar a origem dos fundamentos de cada nação é certo que achariam a ligação direta do jêje praticado aqui, com os povos do antigo Dahomé, e assim por diante.
O que sobrevive da vertente jêje como legado cultural acha-se incorporado ou associado ao acervo Yorubá, embora não se fale em Vodu no Rio Grande do Sul, certas práticas da religião do antigo Dahomé, hoje Benin, pode ser detectadas no Batuque do Rio Grande do Sul, principalmente nos terreiros que fazem parte da raiz do falecido Joãozinho de Bará (Esú Biyí).








segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ogum




Ogum (em yoruba: Ògún) é, na mitologia yoruba, o orixá ferreiro[1], senhor dos metais. O próprio Ogum forjava suas ferramentas, tanto para a caça, como para a agricultura, e para a guerra. Na África seu culto é restrito aos homens, e existiam templos em Ondo, Ekiti e Oyo. Era o filho mais velho de Oduduwa, o fundador de Ifé, identificado no jogo do merindilogun pelos odu etaogunda, odi e obeogunda, representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba ogunÉ filho de Oduduwa e Yembo, irmão , Oxossi, e Eleggua. Ogum é o filho mais velho de Odudua, o herói civilizador que fundou a cidade de Ifé. Quando Odudua esteve temporariamente cego, Ogum tornou-se seu regente em Ifé.
Ogum é um orixá importantíssimo na
África e no Brasil. Sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ogum é o último imolé.
Os Igba Imolé eram os duzentos deuses da direita que foram destruídos por Olodumaré após terem agido mal. A Ogum, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imole, os outros quatrocentos deuses da esquerda.
Foi Ogum quem ensinou aos homens como
forjar o ferro e o aço. Ele tem um molho de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, , enxada, picareta, espada e faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza.

[editar] O guerreiro
Era um guerreiro que guerreava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos
escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, "Rei de Irê". Tem semelhança com o vodum Gu.

[editar] Aspecto

Dança a Ogum.
Na
Santeria Ogum é dono dos montes junto com Oshosi e dos caminhos junto com Eleggua. Representa o solitário hostil que vaga pelos caminhos. É um dos quatro Orishas guerreiros. Suas cores são o verde e preto.
No
Candomblé Ogum é o Orixá ferreiro dono de todos os caminhos e encruzilhadas junto com seu irmão Exu, também é tido como irmão de Oxossi e uma ligação muito forte com Oxaguian de quem é inseparável, aparece como o Senhor das guerras e demandas, suas cores são Azul cobalto e o verde e na Umbanda sua cor é o vermelho.

[editar] Oferendas e danças
Sacrificam-se
bodes, galos, galinhas-de-angola (macho), pombos, e patos. É importante fazer um sacrifício quando se tenha recebido algo do grande orixá, após ter prometido ou na Feitura de santo, (Iniciação). Todos os orixás masculinos (agboros) recebem sacrifícios de animais machos.

[editar] Diferentes mitologias

Ogun - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Ogum no Haiti (é um
vodun haitiano, um loa) do fogo, do ferro, da caça, da política e da guerra. É o patrono dos guerreiros, e normalmente é mostrado com seus artefatos: facão e espada, rum e tabaco. Ogum é um dos maridos de Erzulie e foi marido de Oyá e Oshún na mitologia yorubá.
Tradicionalmente um guerreiro, Ogum é visto como uma poderosa
divindade dos trabalhos em metal, semelhante à Ares e Hefesto na mitologia grega e Visvakarma na mitologia hindu. É representado, no Brasil, como São Jorge; como tal, é poderoso e triunfal, mas também exibe a raiva e destrutividade do guerreiro cuja força e violência pode virar contra a comunidade que ele serve.
Dá força através da profecia e magia, e é procurado para ajudar as pessoas a obter mais um governo que dê resposta às suas necessidades.

[editar] Brasil
Ver artigo principal: Candomblé
Na tradição religiosa afro-
brasileira Candomblé, Ogum (como é conhecida essa divindade yorubá no idioma português) é frequentemente identificado com São Jorge. Isto acontece, por exemplo, no estado do Rio Grande do Sul. No entanto, Ogum também pode ser representado por São Sebastião, como frequentemente é feito na região nordeste do Brasil, por exemplo, na Bahia. Oficialmente, São Sebastião é o padroeiro da cidade do Rio de Janeiro.
Cuba
Em Cuba, na santeria e na Palo Mayombe, ele é chamado de São Pedro, São Paulo, São João Batista, São Miguel Arcanjo e São Rafael Arcanjo.
Dentro dessas crenças, Ogum é dono dos montes junto com
Oshosi e dos caminhos junto com Eleggua. Representa o solitário hostil que vaga pelos caminhos. É um dos quatro orixás guerreiros. Suas cores são o verde e o preto. Ogum é considerado o Orisha dos ferreiros, das guerras, da tecnologia é violento e interessante.
Na
mitologia Fon, Gu é o deus da guerra e patrono da deidade Smiths e dos artesãos. Ele foi enviado à Terra para torná-la um local agradável para as pessoas viverem, e ele ainda não terminou sua tarefa.
Pessoas com anjo da guarda Ogum:
Pessoas violentas,impulsivas incapazes de perdoarem as ofensas de que foram vitimas. São pessoas que perseguem energicamente os seus objectivos e não se desencorajam façimente.São daqueles tipos de pessoas que nos momentos difiçeis trunfam sempreonde qualquer outro teria abandonado logo a partida e teria perdido e esperança.São pessoas que possuem um humor mutavel, passando por furiosos ,acessos de raiva ao tranquilo dos comportamentos .Finalmente é o arquétipo das pessoas arrogantes ompetuosas daquelas que arriscam a melindrar os outros por uma certa falta de descrição quando lhe pestam serviços ,mas que,devido a sinceridade e fraqueza de suas intenções tornam-se difiçeis de serem odiadas
P.S Respeito todas os ideais, e ideias mesmo que por vezes esses mesmos ideais ou dogmas não coincidam com a informação que eu a aprendi e adquiri...

domingo, 19 de abril de 2009

Omulu/S.lazaro




Omolu o grande orixá da morte que pode evita-la quando bem entender é chamado tambem de Xapanan ou Omulu Orogbo

Na África, é considerado o Deus da morte, se não é aquele que faz a transição do espírito que desencarnou é o responsável pela morte dos enfermos. Em época de varias mortes com a varíola, foi responsabilizado pela morte de milhões de pessoas, sendo conhecido como o Deus da Varíola


Candomblé
Muitas vezes confundido com o Orixá
Obaluayê, tanto que, no Brasil, muitas casas de santo cultuam Obaluayê e Omolu como um só orixá, Omolu é, no entanto, um orixá que se aproxima de Obaluayê, mas possui uma identidade própria.

Omolu - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Mas assim como Omolu pode trazer a doença, ele também a leva. Os devotos lhe atribuem curas milagrosas, realizando oferendas de pipocas, o deburu ou doburu, em sua homenagem ou jogando-as sobre o doente como descarrego.
Em algumas casas de santo, as pipocas são estouradas em panelas com areia da praia aquecida, lembrando a relação desse orixá, chamado respeitosamente de Tatá Omolu, com
Iemanjá. Afinal, conta uma lenda que Omolu, muito doente, foi curado à beira-mar pela água salina, tendo Iemanjá o tomado como filho adotivo. Por isso, também são realizadas oferendas a Omolu nas areias das praias do litoral brasileiro. Vestido com palha-da-costa e com contas nas cores vermelha, preta e branca, Omolu dança o opanijé, dança ritual marcada pelo ritmo lento com pausas, enquanto segura em suas mãos o xaxará, instrumento ritual também feito de palha-da-costa e recoberto de búzios. Em alguns momentos da dança, Omolu espanta os eguns, os espíritos dos mortos, com movimentos rituais.
Omolu também possui relação com
Iansã, em especial Oyá Igbalé, qualidade de Iansã que costuma dançar na ponta dos pés e direciona os eguns para o reino de Omolu.
Junto a
Nanã Buruku e Oxumaré, forma a família de orixás dahomeana, costuma ser reverenciado às segundas-feiras e sincretizado com os santos católicos São Lázaro e São Bento de Núrsia, patrono da boa morte.
No sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, em especial na
Umbanda é sincretizado com São Roque.
No município de
Cachoeira (Bahia), Omolu é cultuado pela Irmandade da Boa Morte que faz a lavagem da Igreja de São Lázaro.

Omolu na Umbanda

Ir para:
navegação, pesquisa
Para alguns umbandistas, Omolu é considerado a esquerda de Obaluayê, daí a proximidade entre os dois. Porém, ele também se aproxima de Obaluayê por ser invocado, assim como esse último, para a cura de doenças, especialmente as contagiosas e aquelas que podem levar o doente à morte. Nesse sentido, recebe o título de Senhor da Varíola, doença contagiosa que dizimou milhões de pessoas até a descoberta de uma vacina e posterior erradicação.
Omulu, dentro de uma nova visão
espiritual umbandista, é o Orixá da energia cósmica que ao penetrar em nossa atmosfera recaí sobre diversos habitats, como Oxum e as águas doces, etc. Ele é um dos sete orixás (puros) tendo como desdobramento o orixá Nanã. Ele vive na Calunga pequena (cemitério), aí se dando a concentração maior de sua energia (positiva ou negativa). Seus sensitivos, ao manifestarem a presença de Omolu, curvam seu corpo a terra, ficando o mais perto possível dela. Representa também a grande transformação do ser, ter que morrer para o pequeno e renascer para o grande, sem precisar deixar a matéria (morte). Suas cores na Umbanda são o preto x amarelo ou branco x preto (mais relacionado aos pretos-velhos).
Sua imantação compõe-se de
deburu (pipocas feitas na areia), mamão, arroz. Flor: monsenhor amarelo; essência: cravo ou menta.
Por sua relação com a morte, é reverenciado no cemitério ou campo santo e extremamente temido. Esta é uma visão umbandista sem preconceitos ou tabus.


Xapanã no Batuque

Xapanã no Batuque, é o Orixá da varíola e de todas as doenças contagiosas, senhor da saúde e das doenças, pois tanto pode produzir as doenças como curá-las.
Xapanã, embora seja Rei de Jejê, é muito cultuado na nação Ijexá; trabalha nos matos e cemitérios, xapanã é associado a morte; fuma cachimbo; é o dono da vassoura, com que varre os males dos nossos caminhos, é o legitimo dono da limpeza. Na maioria dos trabalhos de religião que envolva limpezas sempre Xapanã é reverenciado.


Em Cuba é sincretizado no santo catolico S.lazaro, muito venerado em cuba.


S.Lazaro está presente em todas as cerimonias da religião pois em Cuba os tratamentos medicos são muito caros e portanto há que criar um laço familiar com o orisha, para que nos traga saude e bem estar e livre de doenças venerias.



P.S Respeito todas os ideais, e ideias mesmo que por vezes esses mesmos ideais ou dogmas não coincidam com a informação que eu a aprendi e adquiri...